A ficção científica lida com o apocalipse de diversas formas. Algumas são, claramente, distantes demais de um horizonte que vislumbramos em nossos piores pesadelos. Outras trazem na paisagem desértica um ponto em comum. É o caso do universo Mad Max, onde a falta de água é uma constante e martela a todo instante a percepção que a humanidade falhou no básico: matar a fome e matar a sede.
O Brasil engasga com a garganta seca. Tosse com a fumaça. Assiste o fogo que consome e mata. O mais assustador deste cenário é que já existem fortes evidências de que o próprio homem está impondo esse inferno, e eu não me refiro agora às mudanças climáticas, mas sim ao ato de atear fogo. Motivação política ou instinto suicida, o fato é que o homem apressa o apocalipse. Talvez seja o mesmo caso de uma “ideologia” que já pregou contra a vacina, negou uma epidemia e investe no absurdo como forma de fazer política.
Falta água para apagar tanto fogo. Faltam braços. É uma guerra onde um exército defende a terra, os animais, a natureza. O inimigo é também um exército, silencioso, sorrateiro, traiçoeiro e que atua como defensor da terra mas para fins absolutamente incompatíveis com o quadro apocalíptico que hoje nos ameaça.
Foge da minha compreensão os interesses que apostaram na negação da epidemia, na negação da vacina e que agora colocam suas forças a favor do extermínio.
Sinto que naufragamos na fumaça que ataca nossos pulmões e nubla a mente daqueles que insistem em negar a guerra que travamos.
Ou nos salvamos todos, ou morreremos todos em uma luta onde já não existe chance de vitória
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Compartilho dessas mesmas indagações. Por que estamos nos matando? Pela ganancia de poucos vamos todos pagar com a nossa saúde e num futuro próximo com a vida. Triste demais.